domingo, 1 de janeiro de 2012

A agonia do velho mundo.



Ao longo de vários séculos, a Europa foi abalada por guerras das mais variadas naturezas. A II Guerra Mundial foi, de longe, a pior de todas. Diante desse histórico, acredito que o nacionalismo foi (e ainda é) um dos conceitos mais nocivos já inventados pela humanidade e teve sua expressão máxima na doutrina nazifascista, pois situou um modelo de povo superior a outro e, com base nessa ideologia, surgiu todo um arcabouço teórico para justificar o domínio de civilizações. 

Ao término da carnificina em 1945, ficou notório que a mais eficiente forma de se evitar novos conflitos  que levassem ao aparecimento de novos Hitlers seria a integração política e econômica dos países do velho mundo. O colapso dos Estados-Nacionais favoreceu a era da globalização.

A década de noventa do século XX foi coroada com a assinatura do Tratado de Maastricht, que criou a União Européia. O EURO foi um passo importante na integração dos mercados daquela região e também para o desenvolvimento de suas relações comerciais com o restante do globo. Porém, com a última e permanente crise financeira deflagrada em 2008, parece que o desenho da "Europa Unida" não ficou "bonito". Vejamos: A Alemanha, economia mais forte, se beneficiou bastante com a unificação monetária, pois teve acesso à mercados periféricos do continente. Já o mesmo não se pode dizer da economia grega, por exemplo, onde se vê que fim do Dracma foi um péssimo negócio, pois poderia enfrentar a questão da competitividade com as economias do centro europeu desvalorizando sua moeda, tornando os seus produtos mais baratos. Acho difícil a terra de Aristóteles continuar no bloco, dado seu alto grau de endividamento e falta de condições estruturais para honrá-los. O mesmo se repete com todos os demais países da União Européia, onde as disparidades políticas, econômicas e sociais são acentuadas. 

Faltou avançar as discussões de uma União Fiscal com políticas fiscais comuns. Discute-se hoje a criação de Eurobônus, como alternativa para superar a crise financeira a que o bloco está mergulhada, socializando as dívidas com todos os sócios, semelhante ao que fez o governo de Fernando Henrique Cardoso com a Lei de Responsabilidade Fiscal. Claro que a Alemanha se opôs, pois é o país mais bem estruturado da zona do Euro e que não quer pagar juros mais altos pelo fato de outros membros da Eurozona não terem feito seus deveres de casa.

Quando o bloco foi criado, os países da Eurozona já estavam bastante endividados. O fato é que o retrato da Europa hoje é sombrio. O desemprego cresce. Na Espanha, a juventude desempregada soma percentualmente números acima dos 20%. Portugal está pedindo para virar vigésimo oitavo estado brasileiro. Certamente terão a sua "década de 80" com aumento do custo de vida e redução de benefícios sociais.

Por CFR.

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