domingo, 29 de janeiro de 2012

Infelizmente o Brasil é um país politicamente atrasado.

Henrique Eduardo Alves: "O governo vai brigar com metade da República, com o maior partido do Brasil?"
Henrique Eduardo Alves - PMDB/RN

O retorno do pluripartidarismo, por conta das reformas políticas promovidas no governo do ex-presidente João Batista Figueiredo abriu oportunidade para o surgimento de dezenas de novas legendas partidárias.

Posteriormente, quando a ditadura militar finalmente se esfacelou e o Estado de Direito se impôs, percebeu-se que o conceito "democracia" em nosso país guarda um significado bastante diferente do de outros modelos de democracia, como o europeu e o estadunidense. 

Fazendo uma reflexão superficial desta fase conhecida como "República Nova", podemos concluir que os partidos políticos brasileiros não se embatem por questões ideológicas ou por terem projetos distintos de governo à médio e longo prazo. Almejam unicamente o controle da máquina pública para dividi-la com os aliados, ignorando o princípio da meritocracia e da isonomia das instituições político-administrativas. 

É um feudalismo sob nova roupagem. 

A meu ver, esta pode ser uma observação ingênua, mas acredito piamente que finalidade das administrações públicas não é a de servir de cabide de emprego, mas o de criar condições para que o  Brasil se desenvolva, gere empregos e crie oportunidades concretas para que possamos erradicar a pobreza. Infelizmente, predomina o parasitismo da máquina pública. O PMDB, por exemplo, é um partido prostituto. E o que lhe confere esse status é o seu tamanho: é o maior do país em termo de representatividade no Congresso Nacional. Seus caciques o usam para tentar barganhar quem está no poder. É o que aconteceu no governo Lula e está acontecendo no governo Dilma.

Vejamos essa notícia publicada na Veja On Line:

Se a crise envolvendo o governo da petista Dilma Rousseff e o PMDB já estava evidente, as relações ficaram ainda mais tensas, nesta quinta-feira, com o pedido de demissão do diretor-geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Elias Fernandes. A queda do dirigente ocorreu no mesmo dia em que veio a público o desafio a Dilma Rousseff feito por seu padrinho político, o líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN). O parlamentar havia menosprezado a possibilidade de a presidente enfrentar "o maior partido do Brasil" e exonerar seu apadrinhado.
"O governo vai brigar com metade da República, com o maior partido do Brasil? Que tem o vice-presidente da República, 80 deputados, 20 senadores? Vai brigar por causa disso? Por que faria isso?", indagou Alves, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. 
A declaração do líder peemedebista foi a gota-d´água para a demissão de Fernandes. O próprio Henrique Alves anunciou nesta quinta-feira, em seu Twitter, a saída do afilhado político. "Elias, agradecendo minha irrestrita solidariedade, pede que entenda seu pedido demissão", postou em sua página no microblog . "E acrescenta que também não quer servir de exploração política ou gerar crise política alguma para o seu partido, PMDB. "Fernandes, filiado ao PMDB, está no centro da crise envolvendo as duas legendas. Ele é suspeito de direcionamento de verbas. A saída dele passou a ser cogitada depois que a Controladoria-Geral da União (CGU) apontou desvios de 192 milhões de reais no Dnocs - vinculado ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, do PSB - e também indícios de sobrepreço e superfaturamento no órgão. Ele nega as acusações.
Como antecipou a coluna Radar, depois de intensa troca de telefonemas nesta manhã entre Alves, o vice-presidente Michel Temer, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Integração, Fernando Bezerra, ficou acertada a saída de Elias. Como prêmio de consolação, Alves poderá indicar outro afilhado para o cargo. 
Crise - O ministro Fernando Bezerra já tinha solicitado a demissão do diretor-geral do Dnocs, órgão vinculado a sua pasta, no fim do ano passado. Mas somente agora teve autorização para oficializar a demissão do peemedebista. Segundo Henrique Eduardo Alves, Elias teve uma conversa "amistosa" e "franca" com o ministro nesta manhã. Nos bastidores, no entanto, a relação entre o PSB, partido de Bezerra, e o PMDB, também ficaram estremecidas diante da crise no Dnocs. 
Ao longo da semana, Temer trocou telefonemas com Alves e integrantes do governo para tentar encontrar uma solução para o caso, que estava indefinido até a noite de ontem. A presidente Dilma Rousseff não procurou seu vice diretamente, mas mandou a ministra Gleisi representá-la. Temer, que costuma atuar nos bastidores, buscou uma decisão negociada. Mas a entrevista de seu aliado causou constrangimento ao Planalto e o vice ficou sem saída.
Apesar do impasse no Dnocs estar aparentemente resolvido, os problemas entre governo e PMDB não chegaram ao fim. O partido reivindica a indicação de cargos na Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e na Transpetro (empresa de transporte e armazenamento de combustível da Petrobras).

O relacionamento de Dilma Rousseff com o PMDB possui uma conotação diferente em relação ao tempo de Lula. Ele passava a mão na cabeça dos erros dos aliados e culpava a mídia por alertar a sociedade diante dos desvios de dinheiro público. Parece que a "faxina" vai agora pro segundo escalão do governo. E que prossiga, pois é vergonhoso ver todo dia na tv escândalos dos mais variados tipos em Brasília.

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