quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Brasil é segundo país mais desigual do G20, aponta estudo

Deu no site de notícias G1:

O Brasil é o segundo país com maior desigualdade do G20, de acordo com um estudo realizado nos países que compõem o grupo.
De acordo com a pesquisa Deixados para trás pelo G20?, realizada pela Oxfam - entidade de combate à pobreza e a injustiça social presente em 92 países -, apenas a África do Sul fica atrás do Brasil em termos de desigualdade.
Como base de comparação, a pesquisa também examina a participação na renda nacional dos 10% mais pobres da população de outro subgrupo de 12 países, de acordo com dados do Banco Mundial. Neste quesito, o Brasil apresenta o pior desempenho de todos, com a África do Sul logo acima.
A pesquisa afirma que os países mais desiguais do G20 são economias emergentes. Além de Brasil e África do Sul, México, Rússia, Argentina, China e Turquia têm os piores resultados.
Já as nações com maior igualdade, segundo a Oxfam, são economias desenvolvidas com uma renda maior, como França (país com melhor resultado geral), Alemanha, Canadá, Itália e Austrália.
Avanços
Mesmo estando nas últimas colocações, o Brasil é mencionado pela pesquisa como um dos países onde o combate à pobreza foi mais eficaz nos últimos anos.
O estudo cita dados que apontam a saída de 12 milhões de brasileiros da pobreza absoluta entre 1999 e 2009, além da queda da desigualdade medida pelo coeficiente de Gini, baixando de 0,52 para 0,47 no mesmo período (o coeficiente vai de zero, que significa o mínimo de desigualdade, a um, que é o máximo).
A pesquisa prevê que, se o Brasil crescer de acordo com as previsões do FMI (3,6% em 2012 e acima de 4% nos anos subsequentes) e mantiver a tendência de redução da desigualdade e de crescimento populacional, o número de pessoas pobres cairá em quase dois terços até 2020, com 5 milhões de pessoas a menos na linha da pobreza.
No entanto, a Oxfam diz que, se houver um aumento da desigualdade nos próximos anos, nem mesmo um forte crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) poderá retirar um número significativo de brasileiros da pobreza.
"Mesmo que o Brasil tenha avanços no combate da pobreza, ele é ainda um dos países mais desiguais do mundo, com uma agenda bem forte pendente nesta área", disse à BBC Brasil o chefe do escritório da Oxfam no Brasil, Simon Ticehurst.
Para ele, é importante que o governo dê continuidade às políticas de transferência de renda, como o Bolsa Família, e que o Estado intervenha para melhorar o sistema de distribuição.
"Os mercados podem criar empregos, mas não vão fazer uma redistribuição (de renda)", afirma.
Outras questões
Ticehurst diz que, para reduzir a desigualdade, o Brasil também precisa atacar as questões da sustentabilidade e da resistência a choques externos.
"As pessoas mais pobres são as mais impactadas pela volatilidade do preço dos alimentos, do preço da energia, dos impactos da mudança climática. O modelo de desenvolvimento do Brasil precisa levar isso mais em conta."
Para o representante da Oxfam, a reforma agrária e o estímulo à agricultura familiar também é importante para reduzir a desigualdade.
"Da parcela mais pobre da população brasileira, cerca de 47% vive no campo. Além disso, 75% dos alimentos que os brasileiros consomem são produzidos por pequenos produtores, que moram na pobreza", afirma TiceHurst.
"É preciso fechar esse circuito para que os produtores que alimentam o país tenham condições menos vulneráveis e precárias."
Segundo o estudo da Oxfam, a maioria dos países do G20 apresenta uma tendência "preocupante" no sentido do aumento na desigualdade.
A entidade afirma que algumas dessas nações foram "constrangida" pelas reduções significativas da desigualdade registradas nos países de baixa renda nos últimos 15 anos.
"A experiência do Brasil, da Coreia do Sul e de vários países de renda baixa e média-baixa mostra que reduzir a desigualdade está ao alcance dos dirigentes do G20", afirma o texto.
"Não existe escassez de potenciais alavancas para políticas (de redução da desigualdade). Em vez disso, talvez exista uma escassez de vontade política", diz o estudo.

COMENTANDO A NOTÍCIA

O Brasil é um país de dimensões continentais e que possui uma população de quase 200 milhões de pessoas. 

Nos últimos oito anos, as políticas de transferência de renda e os investimentos em infra-estrutura fomentaram o crescimento do mercado consumidor interno e estimulou consideravelmente a atividade industrial do país. O nordeste do país vem registrando boa média de crescimento, contendo assim o êxodo de retirantes que buscam melhor sorte em outros lugares do país. Felizmente, nos convertemos em um lugar de boas oportunidades. Apesar de CID ser um tirano para os servidores do Estado do CE, principalmente para os educadores, reconheço que sua gestão contribui positivamente para um ambiente de empreendedorismo. 

Hoje, nossa nação é a sexta maior economia do mundo. Uma parcela considerável migrou da extrema pobreza para a classe média. 

É verdade que os indicadores já foram piores que este, mas há muito ainda o que se fazer para resgatar a imensa dívida social de 512 anos de história mal contada e mal escrita. 

Vai demorar para termos o padrão de vida de um europeu. E o problema reside na consciência de direitos e deveres pelo cidadão e pelas autoridades. Os cidadãos de bem devem pressionar por seriedade e transparência dos governantes. 

O primeiro passo é promover reformas nas instituições do Estado Brasileiro, de forma a acabar com a praga da corrupção, que consome bilhões de reais anualmente do bolso do contribuinte brasileiro. Adotar modelos gerenciais semelhantes aos da iniciativa privada, voltadas para resultados. 

O poder judiciário e policial precisa passar por um processo de depuração semelhante à operação Mãos Limpas, conduzida na Itália. 

Nossos congressistas precisam tampar as brechas na legislação que permitem bandidos consagrados serem beneficiados com a impunidade.

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