quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Que país é esse?

Uma das músicas que mais dissecam as putrefatas vísceras da realidade política do Brasil é a música "que país é esse", do Legião Urbana. 

Suas estrofes iniciais são conclusivas: a patifaria começa na alta cúpula da república em fraudes de processos licitatórios por membros de gangues partidárias. No período de eleições, impera a esbórnia. Acontecem promíscuas relações mercadológicas de um direito que é a base para a constituição de uma sociedade democrática que é o direito ao voto e à livre-escolha daqueles que guiarão suas vidas por um certo período determinado por lei. 

Temos visto casos e mais casos de legisladores envolvidos com esquemas e mamatas. Jaqueline Roriz se enquadra no perfil de "canalha consagrada", nos dizeres da deputada estadual do PDT-RJ Cidinha Campos. O Congresso Nacional cria leis cujas brechas são um bálsamo para a impunidade e garantem o ganha-pão de advogados picaretas. No poder judiciário, "bandidos togados" legitimam a patifaria de "representantes do povo". 

Se o poder do Estado está viciado, as péssimas condutas também se estendem por todo conjunto social.

Temos acompanhado nos noticiários cada vez mais advogados e operadores do judiciário envolvidos em escândalos de propina e venda de liminares.

Há um doentio clima de permissividade. Encontrar pessoas honestas e íntegras na política se tornou missão impossível. Não que antes não fosse, mas hoje temos um panorama maior do grau de nojenteza das relações entre os políticos. A m**** foi jogada no ventilador. E ninguém mais aguenta o fedor.

Não há briga de ideologia entre os grupos políticos. Há briga por empregos na máquina pública. Boa parte do povo não se interessa por ouvir propostas de candidatos (e principalmente de cobrá-las uma vez eleitos).


Leis, que leis? Se nem os poderosos respeitam! Deve ser por isso que tanta gente fura fila de banco. 

Princípio de igualdade jurídica não há neste país. Há uma distância imensa entre teoria e prática. O ter vale mais que o ser. Parece que temos placas em nossas testas com a inscrição "à venda". Eleitor que vende voto devia perder o direito de votar.


O mais interessante é que ninguém grita, sai às ruas, protesta. Quantas vozes foram silenciadas pela omissão dos homens bons?

Reclamamos, ficamos de luto, mas depois nos conformamos. Isso é o que nos prejudica enquanto nação: o conformismo com a usurpação de direitos fundamentais. Sejamos críticos da realidade. Exerçamos a nossa cidadania! Você paga impostos altíssimos para vê-los retornando em melhorias sociais como boas escolas, estradas e hospitais!  

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