quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O homem é o seu próprio carrasco.

Ao longo dos séculos, o homem inovou na arte de matar.

A princípio, usou lanças feitas de pedras polidas para matar animais maiores ou caçar presas. Depois, as lanças se voltaram contra si mesmos em guerras de bandos.

Posteriormente, as civilizações mesopotâmicas de 5 mil anos atrás desenvolveram uma poderosa máquina de guerra. Cavalos e armas passaram a ser usados pelos povos para dominarem inimigos.

Na história da Grécia, berço do pensamento filosófico ocidental, Esparta jogava crianças defeituosas na krypteia, pois não "serviriam" como bons soldados.

Roma e sua república imperialista, derramou muito sangue antes de declarar o Mediterrâneo em "Mare Nostrum". Povos foram escravizados e mortos. O Coliseu se tornou teatro de cenas dantescas. 
Na idade média, Roma entrou em colapso com a invasão de povos de origem franco-germânicas em áreas de sua jurisdição. Guerreiros destemidos, que não temiam a morte ao saquear cidades.

Chineses inventaram a pólvora. E a pólvora posteriormente foi usada para disparar balas de canhões. E depois, para disparar balas de revólveres.

Na era dos descobrimentos, povos da américa foram conquistados e devastados por doenças e pela lâmina de espadas afiadas.

Portugueses e espanhóis se julgavam superiores aos nativos do continente. Buscavam seu ouro. Suas vidas.

Na era moderna, guilhotinas e foices deceparam cabeças de muitas pessoas em revoluções que buscavam direitos sociais. Na França revolucionária do final do século XVIII, por exemplo, um rei foi destronado. E o regime de terror que se instaurou foi bestial. Robespierre, que assumira o país em um momento de crise interna e ameaça de invasão externa capitaneados pela Áustria, teve sua biografia manchada pelo sangue de muitas pessoas durante a república jacobina, mesmo que tenha brigado pela implantação de direitos sociais negados por séculos de absolutismo real.

Avançamos no tempo e chegamos ao século XX. Santos Dumont inventou o avião. Em pouco mais de uma década após, o avião foi usado para lançar bombas na I Guerra Mundial, destruindo cidades, vidas e sonhos, espalhando cadáveres e sangue pelas ruas européias. Hitler, durante a II Guerra Mundial, matou judeus nas famosas câmaras de gás em campos de concentração como Treblinka e Auschwittz dentro de suas ambições de pureza racial que perpassava pela eliminação das diferenças.

A Rússia, que fez (na teoria) um regime voltado para o fim da exploração do homem pelo homem, se converteu em uma ditadura que oprimiu a própria classe trabalhadora. Os expurgos stalinistas geraram tantas mortes que é difícil quantificar.

Estados Unidos, em 1945, lançou bombas atômicas em cidades japonesas matando e pulverizando pelo menos 300 mil pessoas com o "fogo do céu". Tecnologia da morte mais temida da atualidade e que tem o potencial de matar a humanidade milhares de vezes.

Chegamos a 2001. Em nome de Deus, aviões foram lançados contra duas torres em NY matando 3.000 vidas. A reação descomunal ao fato que marcou o início da primeira década do século XXI gerou centenas de milhares de mortos no Iraque e Afeganistão. Seja de soldados, seja de civis.

Triste fazer este pequeno retrospecto da infâmia humana. Talvez não tenhamos sido humanos. Nem no passado, nem no presente. A ciência, que poderia ser usada para melhorar a vida da humanidade, não foi capaz de eliminar a fome ou mesmo unir as pessoas em uma fraternidade global.

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