quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O parto de um novo mundo.

Ligue sua TV no horário de algum noticiário e não se espante: o mundo está em convulsão. Você verá que as cabeças de muitos governantes estão à mercê de serem guilhotinadas pela fúria de seus aprisionados povos. 

Quem diria que o suicídio do jovem tunisiano Mohamed Bouazizi em janeiro deste ano motivado pelo alto desemprego e pela repressão violenta do Estado incendiasse o mundo árabe? A juventude saiu às ruas de Túnis para darem um grito à séculos de marginalização política e desigualdades sociais. 

De lá para cá, milhares morreram em protestos contra déspotas que há décadas governavam seus países. E qual o plano de fundo disso? O aumento do preço dos alimentos e a crise financeira internacional, que já fez 20 milhões de desempregados só nos países do G20 desde 2008, imagine no restante do globo. Leia aqui.

Derrubado o corrupto governo tunisiano, a fúria popular atingiu em cheio o Egito, pondo abaixo Hosni Mubarak, após reagir de forma violenta ao clamor popular por renúncia. No Iêmen, Abdullah Saleh sofreu um grave atentado na sede do governo. O mesmo estava também há décadas no cargo de primeiro-ministro. E ainda assim, permanece no poder, mesmo diante de tamanha impopularidade. Até as mulheres decidiram queimar véus em sinal de desagravo ao governo. Veja aqui.

Na Líbia, Muamar Khadafi foi destronado com ajuda da OTAN. Sanguinário, já financiou atividades terroristas, como a derrubada do avião da PanAm em 21 de dezembro de 1988, matando 270 pessoas de 21 diferentes nacionalidades. Seu regime foi sacudido por levantes árabes que clamavam por liberdade e transição para uma nova ordem política, econômica e social. Inclemente com opositores, morreu como um covarde nas mãos dos revolucionários do Conselho de Transição Líbio há alguns dias.

Pergunta-se: Esses levantes no Oriente Médio e mundo islâmico resultarão na constituição de  instituições democráticas que respeitem a pluralidade de pensamento e o direito de participação política das mulheres nestes países? O tempo dirá. 

Na Grécia, os gregos receberam um presente nada agradável esse ano. Um pacote de austeridade fiscal para evitar a insolvência deste pequeno país do Mar Mediterrâneo, de tantas histórias e tantas dívidas. Zeus está muito irado com a terra de Aristóteles, pelo visto. Cortes de gastos sociais, demissões no funcionalismo público e aumento de tempo de contribuição previdenciária são alguns dos remédios aplicados pelo FMI a esse país e a outros da zona do Euro que apresentam altos índices de endividamento. Parece que o velho mundo está vivenciando sua década de 80.

O mais interessante é que os alemães fizeram 2 guerras mundiais para tentarem dominar a Europa e sem nenhum esforço vem 'tomando de assalto' a economia européia com os resgates bilionários a países crise. E olha que a Merkel é bem fraquinha como Primeira-Ministra.

O fato é que esses movimentos sociais são conduzidos por jovens, que se mobilizam por meio de facebook, twitter e demais redes sociais. Deus salve Mark Zuckerberg.

O movimento "Ocupe Wall Street" tomou as ruas de várias cidades ao redor do mundo, para expressarem a raiva diante da crise econômica e do descaso dos líderes mundiais em acharem soluções para essa grave crise mundial.

É chegada uma "primavera dos povos"? Aguardemos o desenrolar dos fatos.

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