domingo, 18 de dezembro de 2011

O elogio das utopias.


Estive pensando comigo esses dias:

Há coisas que os seres humanos desejam com tamanho impulso no presente de cada época, mas que só são realizáveis em um outro momento histórico devido a uma série de limitações técnico-científicas, culturais e ideológicas vigentes ou quem sabe pelo jogo de forças políticas e de outras naturezas.


As utopias de Galileu, outrora consideradas como heresias são vivenciadas por nós hoje e não no passado vivido por ele, que era marcado pela forte repressão da religião à ciência. Viveu e morreu de forma a nunca esperar que um papa, quatro séculos depois, lhe pedisse desculpas pela perseguição da Igreja aos seus pensamentos, que se firmaram como racionais de sua época aos dias atuais e que ajudaram e muito a compreendermos o universo e seu ordenamento.

Há sonhos que se tornam realidade muito tempo depois que seus sonhadores foram acometidos pelo "eterno sono".

Sonho com um mundo de paz, onde ninguém morra de fome. Onde ciência e fé caminhem lado à lado. Onde a tecnologia esteja à serviço do bem da humanidade e não para alicerçar as desigualdades entre os seres humanos.

As utopias são elementos motivadores, por mais que em algumas delas o caminho a se percorrer seja demasiadamente longo ou confuso para se chegar à tão desejada aspiração.

E a dimensão de uma existência está para além de seu espaço temporal. Está nas ações que influenciam o presente e o futuro de uma localidade ou de um mundo. E que provoca diferentes leituras, de admiração ou reprovação.

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