quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O mundo está em crise. Crise de que?


O movimento "Ocupe Wall Street" vem se configurando em um grave e nocivo reflexo da crise econômica e social da era vigente. Não são apenas meros protestos anticapitalistas. É sobretudo um clamor para que a economia esteja a serviço da sociedade e não o contrário.

Trilhões de dólares nos últimos 10 anos foram canalizados para guerras malogradas, o que elevou o déficit público dos EUA e criou um excesso de liquidez e de consumo que acabou gerando bolhas, principalmente no setor imobiliário. Quando este entrou em crise por conta do aumento das taxas de juros e os calotes começaram a surgir, instituições creditícias passaram a sofrer problemas em seus caixas.  Suas ações em bolsas de valores despencaram. O acúmulo de derivativos 'podres' levou à falência o centenário Lehman Brother, que atuava há mais de 1 século e que resistira à crise de 1929 e colocou outros bancos em situação de pré-falência, como Freddie Mac e Fannie Mae. O mundo globalizado foi contaminado. Elevaram as demissões. Governos injetaram outros trilhões de dólares para evitar que bancos e empresas fossem à baila. A General Motors recebeu vultosas quantidades de recurso do Tesouro Americano.

Pensava-se que o pior havia passado. Mas resolvemos um problema criando outro, ou seja, temos completo endividamento dos Estados Transnacionais. Os gregos estão em grau especulativo. Devem uma soma maior que sua produção econômica. Os EUA foram rebaixados pela agência de classificação de riscos S&P. A Itália se vê obrigada a fazer um severo pacote de ajuste fiscal. Se esse país quebrasse, o Banco Central Europeu não teria recursos para salvá-la. E Berlusconi caiu. Papandreau caiu. Que destino terá o Euro? Suportará a Alemanha com estes resgates bilionários até quando? É chegada a era dos tecnocratas. E a próxima bola da vez será a  França. Instituições bancárias deste país detém muitos títulos da terra de Aristóteles e Platão. E falta sabedoria na governança global. Crise das sociais-democracias e do estado de bem-estar social?

Na Espanha, desemprego acima de 20%, o mais alto da Europa. E os portugueses, quase pedindo para virarem colônia do Brasil. No Oriente Médio, jovens foram às ruas derrubar governos autoritários, pois creditaram a eles a carestia de vida e falta de oportunidades de trabalho. Kadafi caiu no cadafalso de suas próprias ambições. Assad, na Síria, não resistirá muito às pressões internas e externas.

Que admirável mundo novo. Será que estamos revivendo a década de 1930 no século XXI?

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