sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A justiça no Brasil é um caso seríssimo.

De todos os poderes da República, o que carrega a missão de maior envergadura é, a meu ver, o poder judiciário, pois ele tem (teoricamente) como premissa mediar as tensas relações de poder que 'naturalmente' surgem dentro de um organismo social e que, em muitos casos, chegam a ser díspares por completo. 

Quando a sensação de impunidade é perceptível pelas pessoas no cotidiano, pode-se concluir que há um elemento nocivo a qualquer sociedade democrática que é a confiança dela nas instituições do Estado.

Se não se confia na justiça, logo, tudo se torna permissivo. A amoralidade se consagra. Pessoas mal intencionadas se aproveitam do clima de venalidade vigente para cometerem atos que lesam particulares ou a nação como um todo, através de desvios bilionários em faraônicas obras ou quem sabe, roubando o leite da creche de nossos filhos. O reinado absoluto de governantes engravatados e que legislam em seus interesses pessoais ganham as bênçãos de juízes descompromissados com o princípio da probidade. 

E todos lamentamos por vivermos em uma hipócrita democracia e nada fazemos para mudarmos o andamento das coisas. Estamos precisando da rigidez igualitarista de um Oliver Cromwell. Ou de um Robespierre, quem sabe.

E como isso se reflete em nosso jeitinho de ser?

Não se respeita nem fila de banco, nem fila de hóstia ao se comungar em uma cerimônia religiosa. E não generalizando, claro, é necessário considerar que nem todos os togados se esmeram por cumprir com suas obrigações, garantindo a coerência dos atos das instituições que representam. Na boca do povão, justiça é pra quem tem acima de 1 milhão de reais. Por isso que muitos recorrem a animalescos atos de linchamento.

Cacciola nos roubou e foi andar de lambretta em Roma. Paulo Malluf está até hoje aí rindo de nossas caras com seu tutu desviado da construção de pontes, viadutos e avenidas. E você, onde está? No mesmo mundinho fechado em que sempre esteve. Todos à toa na vida, sem lenço, documento ou mesmo saber escovar os dentes. E assim, cria-se um exército de desdentados ideologicamente. Mas não tem problema. Ano que vem você vai ganhar uma dentadura. Eu garanto.

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