domingo, 2 de junho de 2013

Reflexões sobre o papel do Estado na vida dos indivíduos.

A democracia é exercida plenamente em sociedades onde os indivíduos se encontram emancipados da tutela da máquina estatal, sendo estes livres para exercerem com plenitude a sua liberdade intelectual sem temer pelo esgotamento de suas fontes de subsistência por conta de pressões advindas de previsíveis origens. 

Sou imensamente contra cabides de emprego e creio que o grande passo que o prefeito de Aracati daria em sua administração seria a realização do concurso público. Tenho ciência de que o mesmo deseja isso e cabe à Câmara Municipal e à sociedade aracatiense apoiar - e pressionar. Como já escrevi várias vezes neste blog, não cabe à prefeitura preencher uma lacuna que pertence à iniciativa privada. É isso que faz condicionar voto à cimentos e dentaduras e corrompe o próprio sistema democrático.

Lançando olhares ao nível de Brasil, o aparato governamental é controlado por grupos políticos de concepção esquerdista que desejam unicamente se perpetuar no poder e desfrutar de suas benesses às custas de infortúnios de milhões de pessoas que historicamente tiveram seus direitos renegados, por meio da carência de políticas públicas. Dilma vai à Roma para inaugurações papais e se hospeda nos melhores hotéis com sua imensa comitiva, enquanto no Nordeste há quem sofra com as mazelas da seca. Vai à África e faz benesses à países corruptos para conquistar apoios a nossa diplomacia fajuta. Até quando aceitaremos isso? Em vez de desburocratizar o setor público, cria mais ministérios. Trinta e nove no total.

É visível, em nossa Sexta República ou República Cidadã, pós Ditadura, uma contradição entre a Democracia enquanto Conceito e a Democracia enquanto Práxis, ao identificarmos o endeusamento de Lula e de seu Partido e, ao mesmo tempo, constatar a apatia social ante aos escândalos de corrupção que gracejam os dez anos de governo petista. Ninguém se importa com o crescimento da violência até esta bater a porta de sua casa. Tampouco cobramos das candidaturas que se lançam de quatro em quatro anos um plano para redução do peso dos tributos sobre nossas vidas. Duas coisas levam multidões às ruas: boatos de cancelamento de benefícios sociais e trios elétricos em época de carnaval. Impera, na mente das autoridades um pietismo às avessas e em âmbito das relações sociais, o jeitinho brasileiro de se conseguir o que se deseja. Não vejo esforços para sacramentar a cultura do Estudo e do Progresso, ao se ensinar as pessoas a pescarem seu peixe através do trabalho honesto dando condições aos indivíduos das classes mais baixas para que realizem a sua emancipação social. Talvez seja pelo temor de que a autonomia financeira resulte na autonomia intelectual. Investe-se percentualmente pouco em educação, o meio mais eficiente de se garantir ascensão social pelo mérito, além de elevar a grandeza de uma nação. A lógica de qualquer governante deveria não ser a de tomar dos ricos para dar aos pobres, mas fazer com que os mais pobres enriqueçam e gerem prosperidade para mais e mais pessoas.

A 'política dos currais eleitorais' da era moderna, representada pelo Bolsa-Família, não é eficiente para acabar com a miséria pois não emancipa quem o recebe. Apenas este terá a segurança de que não morrerá de fome. Abaixo a este Leviatã.

Meu pensamento liberal se opõe a tudo que sacramenta injustiças sociais, que ignora o princípio de igualdade de direitos, que marginaliza consciências, que impede o cidadão de atingir a autonomia de suas condições econômicas e satisfação plena e contra tudo o que atrasa o desenvolvimento econômico de uma nação. 

Não se deve ignorar os interesses individuais, porém estes não devem se sobrepor à constitucionalidade e moralidade pública. E é o que tem sido a regra desde os tempos de Cabral. 

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