quinta-feira, 13 de junho de 2013

Protestos em SP: Quanto mais, melhor.

É salutar, em qualquer democracia, o direito de protesto, quando exercido de forma pacífica e organizada. Expressa indignação contra a insensibilidade dos governantes, que enumeram justificativas econômicas para expropriar do povo um quinhão maior de seus rendimentos.

Em São Paulo, manifestantes reclamam do aumento de 20 centavos nas tarifas de transporte público. Em época de inflação em alta e economia estagnada, isso ganha contornos dramáticos. Não é à toa que até a imprensa internacional tem acompanhado o desenrolar dos fatos. Curiosamente, o aumento foi dado pelo prefeito eleito por um partido que se diz dos trabalhadores...

Não sou contra os protestos populares, aliás, quanto mais, melhor. De preferência, contra a corrupção, que afeta mais objetivamente as nossas vidas. Neste caso específico estampado em manchete dos principais veículos de mídia, apenas manifesto meu pensamento contrário ao objeto do protesto. Reclama-se dos efeitos dos problemas, quando deveriam se insurgir contra a origem dos mesmos. Paga-se tão caro pelos serviços de transportes e, no entanto, a sua qualidade é péssima. Superlotação é o que mais se vê, sem contar com a insegurança. Mas ao final de contas, ao que deveríamos protestar? 

O Brasil tem uma carga tributária que reflete o gigantismo da máquina estatal parasitária. Inflação abaixo de 4% é utopia. Poderia neutralizar os impactos inflacionários causados pelo reajuste do salário mínimo e dos combustíveis, que obrigam os empresários a subirem os preços, se realizasse um processo de desendividamento da máquina pública que levasse o Estado a diminuir o peso dos tributos na vida dos brasileiros. 

Paga-se aqui acima de 30% de impostos, na pior relação custo/benefício que se pode imaginar. É unanimidade que a qualidade dos serviços públicos são péssimos. Por que não se protestar a favor da justiça tributária? Ora, acabemos com esta tese tola de que pobre não paga imposto. Aliás, o efeito dos impostos é mais nocivo contra eles do que para os ricos.

Que o germe da indignação seja instigado cada vez mais. Assim, avançará a nação.

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