É salutar, em qualquer democracia, o direito de protesto, quando exercido de forma pacífica e organizada. Expressa indignação contra a insensibilidade dos governantes, que enumeram justificativas econômicas para expropriar do povo um quinhão maior de seus rendimentos.
Não sou contra os protestos populares, aliás, quanto mais, melhor. De preferência, contra a corrupção, que afeta mais objetivamente as nossas vidas. Neste caso específico estampado em manchete dos principais veículos de mídia, apenas manifesto meu pensamento contrário ao objeto do protesto. Reclama-se dos efeitos dos problemas, quando deveriam se insurgir contra a origem dos mesmos. Paga-se tão caro pelos serviços de transportes e, no entanto, a sua qualidade é péssima. Superlotação é o que mais se vê, sem contar com a insegurança. Mas ao final de contas, ao que deveríamos protestar?
O Brasil tem uma carga tributária que reflete o gigantismo da máquina estatal parasitária. Inflação abaixo de 4% é utopia. Poderia neutralizar os impactos inflacionários causados pelo reajuste do salário mínimo e dos combustíveis, que obrigam os empresários a subirem os preços, se realizasse um processo de desendividamento da máquina pública que levasse o Estado a diminuir o peso dos tributos na vida dos brasileiros.
Paga-se aqui acima de 30% de impostos, na pior relação custo/benefício que se pode imaginar. É unanimidade que a qualidade dos serviços públicos são péssimos. Por que não se protestar a favor da justiça tributária? Ora, acabemos com esta tese tola de que pobre não paga imposto. Aliás, o efeito dos impostos é mais nocivo contra eles do que para os ricos.
Que o germe da indignação seja instigado cada vez mais. Assim, avançará a nação.
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