O atual sistema político-partidário brasileiro não representa os interesses do conjunto da sociedade. Configura-se como um instrumento de perpetuação de poder a qual siglas de agremiações políticas e seus caciques se valem da miserabilidade alheia para obter dividendos eleitorais. Nada há de interesse em prosperidade coletiva ou outros substratos de caráter ideológico na atual fase da república brasileira. A lógica imperante é o enriquecimento privado, permeado por uma hipocrisia ética utópica nos discursos.
Quando se obtém dos eleitos tais vantagens, o eleitor de determinado candidato se nutre de impressionante sentimento de gratidão, o que foi para determinados políticos um pietismo teatral. Os erros cometidos pelos "padrinhos" passam ignorados no pós-eleições, por temor de perder sua ocupação e os efeitos práticos desses erros se sentem quando este "escravo das conveniências alheias" visita um hospital em caso de uma emergência para consigo ou familiares e encontra péssimos serviços, falta de estrutura física, carência de profissionais e medicamentos.
Pra que emancipar os indivíduos? Pra que despertar a insatisfação social e sua fúria? Nenhum governante quer que seu povo seja inconformado. E tudo faz para querer calá-lo. Augusto, primeiro imperador romano, soube usar com maestria o Panis et Circensis. Os coronéis das oligarquias do início do século XX no Brasil, também. E na atualidade, com o Bolsa-Família.
Quando o indivíduo não se deseja fazer tutelado pelo Estado, atinge a sua maioridade social. É livre para pensar sem temor de repressões ideológicas.
2 comentários:
Excelente! Descreve fielmente o verdadeiro mundo dos negócios políticos no Brasil. Por isso que não acredito mais em mudança de quadro, e sim no aumento da corrupção, falta de cultura e cada vez mais a diminuição da participação daqueles que pretendem lutar para tentar modificar esse quadro. O eleito pode até ser "bom cidadão", mas ao assumir, correrá riscos se não "rezar" pela cartilha corporativista
O Brasil é um país que precisa ser refundado por um Cabral de seriedade.
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