domingo, 5 de maio de 2013

Parabéns, Karl Marx.

Em 5 de maio de 1818, nascia Karl Marx, pensador alemão que mergulhou à fundo na compreensão da engenharia de sustentação do sistema capitalista, que reside na apropriação da mais valia de uma classe social por outra, por meio da alienação do trabalho e do trabalhador. Seu pensamento serviu de inspiração para os movimentos revolucionários do século XX, como revolução russa, cubana, norte-coreana, chinesa, etc. E até nos dias atuais, marcados por forte crise nas economias centrais, há quem diga que "ele estava certo" e que "o fim do capitalismo se aproxima". O fato é que crises são cíclicas no capitalismo e  ele não se acabou depois de 1873 ou 1929. Pelo contrário, se fortaleceu, incorporando muitas reivindicações dos proletários. 

A Primavera dos Povos, de 1848, projetou suas idéias no cenário europeu e mundial, ao lançar o Manifesto Comunista. Eram  tempos do  Capitalismo Industrial. O contexto era favorável para instabilidades: os trabalhadores não tinham quaisquer direitos sociais, cumpriam ampla jornada de trabalho, os salários mal garantiam a subsistência e não haviam sistemas previdenciários. As cidades cresciam e milhares, a cada ano, se desenraizavam do campo para trabalhar em fábricas.  Ambicionava a liberdade das sociedades terrenas da tirania burguesa e o que se viu ao longo da história foi justamente o inverso: a ditadura DO proletariado SOBRE o proletariado. Citemos como exemplo Cuba, onde impera a censura. Lá, oposicionistas são presos ou mortos em paredóns. Um fato há de se considerar naquele regime dos irmãos Castro: a erradicação do analfabetismo. Porém de que adianta a universalidade da instrução primária se os habitantes daquele país não podem manifestar seu pensamento de forma textual? Uma coisa é certa e devo reconhecer: Marx foi mais humano que os marxistas.

The essence of the free press is the characterful, rational, moral essence of freedom. The character of the censored press is the characterless monster of unfreedom; it is a civilised monster, a perfumed abortion. (Disponível aqui)

Alguns estudiosos calculam em mais de 100 milhões o número de mortos nesta experiência social fracassada. Stálin deve ostentar a titularidade de um bom quinhão destas estatísticas. E para se esquivar da realidade histórica, marxistas dizem: "nenhum país adotou o socialismo ainda". Bela tentativa de justificar os números acima. Cuba, na década de 70, era uma espécie de  coqueluche igualitária para muitos revolucionários anti-ditadura no Brasil. Essa visão idílica durou até a queda da URSS e a reinstituição da democracia aqui. Com o multipartidarismo e a descriminalização do comunismo, um fato passou a se tornar perceptível: estes "paladinos da liberdade" tornaram socialistas apenas no discurso. Voto de pobreza ficou para os militantes. As cúpulas dos partidos de inspiração socialista não recusam um Rolex, jantares em restaurantes de luxo ou  nenhuma outra regalia burguesa, se bem que nem Marx recusaria, já que era sustentado pelo filho de industrial e grande companheiro filosófico, Friedrich Engels. Os socialistas brasileiros, a exemplo do Mestre-Maior, estão longe de serem fac-símiles de Francisco de Assis. De qualquer forma, parabéns Marx. E cortemos o bolo.

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