domingo, 19 de maio de 2013

Drogas e tratamento compulsório.

O livre-arbítrio do indivíduo cessa quando ele não consegue controlar seus atos ou atentar para as dimensões que suas atitudes assumem para si ou para outros. Medidas drásticas são necessárias para reverter o drama social que as drogas causam diariamente no país. Uma destas medidas é o tratamento compulsório de dependentes químicos. Não creio que um viciado esteja em posse de suas faculdades  cognitivas e morais para deliberar por uma internação voluntária. Não é uma visão autoritária,  mas uma visão de humanidade. Há correntes no governo que acham que isto é ditatorial e que não combina com um Estado Democrático de Direito e infelizmente, esta interpretação prepondera. Enquanto prosseguem as discussões filosóficas na psiquiatria do Ministério da Saúde, mais e mais vítimas são gestadas. 

Paralelo a isso, há outra questão que pouco se pensa no país: estrutura médico-psicológica para fornecer o tratamento necessário de desintoxicação. O governo paulista criou recentemente um programa chamado "bolsa-crack", tornando o drama pessoal de muitos em fontes de receitas para os donos de clínicas. Quanto a isso, discordo. O tratamento deve ser ofertado pelo próprio sistema de saúde.

Além da prevenção e tratamento compulsório, a coerção deveria ser mais efetiva, com uma legislação excessivamente punitiva para traficantes. E à diplomacia do Brasil, cabe realizar parcerias estratégicas com outros países da América do Sul, para esboçarem ações conjuntas de repressão ao tráfico de entorpecentes. Principalmente na região amazônica e fronteira com Paraguai e Bolívia, que são grandes exportadores de produtos falsificados e de cocaína, respectivamente.

E coroando estas medidas, a reinserção do ex-viciado no mercado de trabalho, com acompanhamento efetivo para evitar que o mesmo volte à condição de zumbi. Mas neste país está tudo errado.


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