domingo, 26 de maio de 2013

Modernidade e modernismos. A nascer de um novo mundo.

No-Steve-Carell-on-The-Office-Series-Finale-ReutersOs últimos quarenta ou cinquenta anos de história humana foram marcados pelo afloramento de tensões que levaram à quebra de paradigmas enraizados no tempo. Valores tradicionais dos tempos de nossos avós colapsaram, com o avançar da era da informação. Novas interpretações para os conceitos antigos surgiram. O de família, por exemplo, deixou de ser analisado sobre o ponto de vista reprodutivo, que configuram as relações heterossexuais, para ser revestido por um novo significante: família é quem cuida, dá carinho e amor à criança.

Quanto às mulheres, estas deixaram de serem vistas como escravas do lar, à serviço dos caprichos instintivos de seus maridos, obrigadas a serem boas esposas e boas mães. Não mais os pais escolheriam os futuros de seus filhos. Cada um passa a construir o seu futuro ou dá um significado a sua existência.

Com relação aos homens, passou a compartilhar de preocupações que outrora eram inerentes às mulheres. Novos casais dividem tarefas domésticas e as contas do mês. A figura do provedor se desfez. Poucos são os que ambicionam matrimônio, preferindo as relações estáveis.

O mundo moderno repensou os papéis sociais dos indivíduos, elegendo a individualidade como uma de suas características marcantes e que deve ser exercido em sua plenitude.

Outro dia, lendo o jornal Estrela do Mar, do município de Aracati, disponibilizado no site da Casa da Cultura, encontrei a seguinte informação:

Os homens - Ser firme e constante na fé, [...] fugir da embriaguez - Trabalhar seriamente para a riqueza e engrandecimento da família e da Pátria - Respeitar e amar suas esposas - [...] dar bom exemplo aos filhos, corrigi-los e não deixar que andem em más companhias. 
As mulheres- Amar a concórdia e procurar conservá-la na família – Amar e obedecer aos seus maridos - Ser laboriosas e recatadas [...] - Não murmurar - Cuidar da educação dos filhos, [...] - Rezar em comum com sua família, antes de se recolherem, o Terço de N. Senhora (A Estrela do Mar, de 24 de Janeiro de 1921, pag.1). 
E prossegue:
E o que será dos homens? Trocarão fatalmente de estado e terão que ir acalentar a petizada, consertar as meias, cozinhar o feijão e governar...a casa. A coisa vai marchando ainda para pior.

Há pouco no Piauí, apareceu um homem amamentando e, como este, terão de ser os outros, devendo deixar crescer os cabelos, o que também vai acontecendo, como há pouco verificamos nesta cidade.

E assim ficarão os papéis invertidos.

Desaparecerão barbas e bigodes nos homens, surgindo nas mulheres, conforme a opinião de um sábio estrangeiro. Que tal, colegas de sexo, o futuro que nos aguarda?

Encerro este texto exatamente com a pergunta final do fragmento acima: o que nos aguarda para adiante? 

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