Acho o cúmulo do absurdo em pleno contexto democrático qualquer tentativa de cerceamento de um direito aos eleitores de serem informados sobre a vida pregressa daqueles a quem vão confiar seus votos nas próximas eleições. A atual lei eleitoral é um brinde a todos os marginais que desviam descaradamente o dinheiro que pagamos em impostos e que concorrem à cargos eletivos para prosseguirem com a secular cultura da mamata e do enriquecimento ilícito.
Almejam ser intocáveis sob o véu de proteção da justiça brasileira. A tal lei viola o princípio constitucional da Liberdade de Expressão. Daqui à pouco, vai ser proibido definitivamente divulgar escândalos de corrupção neste país. Nem Costa e Silva foi tão perverso com seu AI-5. Vejam só essa notícia, publicada no Estadão:
BELO HORIZONTE - Um projeto de lei que pode ser votado pela Câmara dos Deputados ainda este ano impede a divulgação de investigações de crimes cometidos por candidatos no período eleitoral. O texto, proposto pelo deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), especifica que a restrição é relativa a crimes culposos - cometidos sem intenção - ocorridos nos quatro meses da campanha eleitoral.O PL 2.301/11 determina a proibição de divulgação ou publicação de qualquer "sindicância, procedimento investigatório, inquérito ou processo, ou qualquer ocorrência de natureza penal" relativos a ilícitos cometidos por candidatos durante o período da campanha.A proposta de "mordaça eleitoral" foi divulgada pelo PSDB, partido do deputado, no informe que destaca as iniciativas de parlamentares da bancada no Congresso. De acordo com o projeto, quem descumprir a determinação estará sujeito a pena de prisão por três a oito anos, além do pagamento de multa de R$ 2 mil a R$ 15 mil.Caso a divulgação seja feita por funcionário público, o texto prevê que ele fique suspenso de 30 a 60 dias ou ainda suspensão de 90 dias. Em caso de reincidência, o responsável pode ser punido com demissão.Bonifácio de Andrada admite que, do jeito que foi apresentado, o projeto "dá impressão de mordaça". No entanto, segundo garantiu ao Estado, ele pretende fazer alterações no texto antes de sua tramitação. O projeto de lei está, no momento, na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara e foi encaminhado para ser relatado pelo deputado Jutahy Júnior (PSDB-BA). Este, no entanto, devolveu o projeto sem se manifestar, no fim de novembro."Não tenho objetivo de amordaçar nada. Queremos impedir que nos quatro meses da campanha um adversário invente alguma coisa para acusar um candidato. É para evitar a utilização de um fato que não é grave, sem intenção de fazer mal. Quando tiver dolo (intenção), não tem conversa", justificou o deputado mineiro.Histórico. Vários projetos considerados "leis da mordaça" já foram apresentados no Congresso, na história recente do País, para impedir a divulgação de investigações e processos por delegados, promotores e procuradores de Justiça ou da República. Em todos os casos houve atritos - principalmente entre parlamentares e representantes das polícias e dos ministérios públicos estaduais e federal.
Por que parlamentares querem criar esses tipos de leis? Para se beneficiarem delas, claro. Uma parte considerável destas "eminências pardas" é ficha suja e não deveriam lançar candidaturas. Há tempos tenho certeza de que este país não é de gente séria. Se fosse, certamente estes vagabundos já teriam sido condenadas ao ostracismo político. E mais safado ainda é quem vota nestes "digníssimos". Morro mas não me conformo com essas coisas.
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