Tomou posse no dia 23 do presente mês como o primeiro negro a presidir o Supremo Tribunal Federal, a mais alta instância do judiciário brasileiro, Joaquim Barbosa. Ele tem ganhado bastante destaque na mídia como relator do processo denominado por Mensalão, que foi o maior escândalo de corrupção do governo Lula e que derrubou figuras-chaves de seu governo, como o todo poderoso ministro José Dirceu, da Casa Civil. Mesmo tendo sido indicado pelo governo petista em 2003 como ministro do Supremo, mostrou-se isento em sua conduta, condenando os réus desta questão a penas elevadas para diversas categorias de crimes, como formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Este caso emblemático que envolve figuras políticas do PT tem provocado atritos dentro da própria Corte judiciária. Imortalizaram-se os embates entre ele e o ministro Ricardo Lewandowski, que é o revisor da Ação Penal 470 e que tenta por vezes 'suavizar' as punições dos envolvidos. Aliás, Lewandowski será o vice-presidente do STF, o que sinaliza que o STF será pelos próximos dois anos, palco de acalorados debates!
Independente do radicalismo de Joaquim, nele encontro méritos que o diferenciam e que o colocam em patamares acima ao de Lula. É de origem humilde, como o ex-presidente tanto se gaba de ser, porém orgulha-se de ter estudado, além de construir notável biografia no ramo do Direito. Fala fluentemente 4 línguas. E disse, em seu discurso de posse, um fato: a justiça brasileira é desigual. (veja aqui) Fato este que não é novidade a ninguém. Tanto, que o próprio ministro da justiça, José Eduardo Cardozo, disse:
“Se fosse para cumprir muitos anos na prisão em alguns dos nossos presídios, eu preferiria morrer.”
“Se fosse para cumprir muitos anos na prisão em alguns dos nossos presídios, eu preferiria morrer.”
Não será pelo fato de nosso sistema prisional ser medieval que deve-se impedir a aplicação da pena corretiva que lhes cabem. Caso contrário, confirmará mesmo as palavras de Barbosa de que a justiça de nosso país não trata a todos de forma igual, sendo cadeia foi feita para pobres. O Ministro Toffoli disse que o pedagógico não é condenar (a prisão) e sim reaver os valores desviados. Concordo. Então podemos dar aos assaltantes do Banco Central de Fortaleza a mesma prerrogativa?
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