quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Brasil, juros e carga tributária.


O Brasil tem amadurecido consideravelmente em sua política econômica nas duas últimas décadas. Atualmente, conta com a menor taxa de juros reais desde que o Plano Real entrou em vigor efetivamente, em 1995. Mesmo com estes avanços significativos, ainda somos a quarta taxa básica mais alta do mundo. 

A presidente Dilma Rousseff comprou uma briga com os bancos privados, usando os bancos públicos como agentes reguladores de mercado, reduzindo as taxas cobradas dos tomadores de empréstimos, forçando o sistema bancário 'privado' a seguir a mesma linha. Estamos em um processo de desintoxicação dos juros altos, embora o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) tenha sinalizado que manterá as taxas atuais inalteradas por um bom tempo. 

Por que nosso país não pode ter índices compatíveis com a estabilidade alcançada nos últimos anos a exemplo dos países europeus, que mesmo em crise, conseguem ter juros reais próximos a zero?  

Além do custo do crédito ser demasiadamente caro (vide os do cartão de crédito e outras modalidades de financiamento), o Brasil gasta mal o que arrecada. As folhas de pagamento do Estado Brasileiro em seus âmbitos municipal, estadual e nacional estão engessadas com pagamento de salários de servidores "convidados" a trabalharem no serviço público por padrinhos políticos. E isso suga importantes recursos que poderiam ser utilizados na modernização de nossos sistemas de transporte e infra-estrutura, dando a nossa economia mais competitividade. O Estado deve melhorar a gerência dos serviços por ele ofertados, racionalizando os gastos e maximizando seus efeitos sociais. 

Outro ponto que também é o nosso calcanhar de Aquiles é a carga tributária elevada, ao qual nela está embutido o custo-corrupção. Imaginem se os 80 bilhões de reais desviados anualmente em contratos fraudulentos se convertessem em reduções tarifárias? a carga tributária cairia de 35% para aproximadamente 30% do PIB. Isso estimularia investimentos empresariais, geraria milhões de empregos e os índices de miséria relativa cairiam ainda mais. 

Precisamos modernizar as relações entre os Estados e os Indivíduos. A função do primeiro deve ser o de garantir a prosperidade do segundo, criando condições para maximização de lucros através de um saudável ambiente empresarial e a questão tributária, no Congresso Nacional, pouco ou nada tem merecido debates. Enquanto isso, perdemos competitividade. E o México parece que se tornou a bola da vez.


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